À primeira vista, a resposta pode parecer muito óbvia. Mas será que você sabe mesmo o que é medicamento? Muitas vezes usados como sinônimos, os termos “medicamento”, “remédio”, “fármaco” e “medicação” são diferentes entre si e empregados de forma equivocada na grande maioria das vezes.
Como nosso objetivo é aproximar você do seu tratamento e ressignificar sua relação com a saúde, desmistificando o universo farmacêutico, a compreensão desses conceitos-chave é valiosa e vale a pena ser abordada!
Vem com a gente tirar suas dúvidas sobre o assunto!
Afinal, o que é medicamento?
Os medicamentos são produtos desenvolvidos com a finalidade de prevenir, curar ou aliviar os sintomas de doenças, assim como diagnosticá-las. Para elaborá-los, as farmácias e indústrias farmacêuticas investem em um processo rigoroso de controle, envolvendo aspectos técnicos e legais.
Como você pode imaginar, toda a jornada de desenvolvimento desses produtos exige muita pesquisa, testes e reconhecimento científico. São muitas etapas até eles possam estar disponíveis para comercialização, incluindo o atendimento às especificações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Agora, já podemos introduzir um novo conceito: os efeitos que esperamos dos medicamentos ocorrem devido a uma ou mais substâncias ativas que atuam terapeuticamente, os chamados fármacos.
Além dessas substâncias centrais, a formulação conta também com os excipientes.
👉Tira dúvidas: o que são excipientes?
São as substâncias inativas de um medicamento que desempenham papéis distintos em cada caso, desde proteger o fármaco contra a ação do suco gástrico do nosso estômago até disfarçar um sabor ruim, tornando o uso do produto mais agradável.
Cápsulas, comprimidos mastigáveis, xaropes, gotas, pomadas e produtos injetáveis: de forma resumida, os medicamentos são os itens finais que compramos nas farmácias, podendo se apresentar em diferentes formas.
Confira as diferenças entre os produtos conforme sua finalidade:
Medicamentos para alívio de sintomas
Esses produtos compreendem a maior parte dos medicamentos, a exemplo daqueles indicados para o alívio de dores, náuseas, insônia, tosse e febre.
*Ei, atenção: a ação desses produtos pode atenuar ou eliminar os sintomas, mas não isso não quer dizer que as causas reais da doença sejam solucionadas. Muitas vezes, de fato, elas podem ser mascaradas com o uso incorreto, levando ao diagnóstico e ao tratamento tardios!
Por esse motivo, a automedicação é perigosa – os medicamentos para alívio de sintomas devem ser utilizados com cautela, incluindo o acompanhamento com médicos e farmacêuticos.
Medicamentos que podem curar enfermidades
Nesse caso, sim, as causas da doença podem ser eliminadas – ou mesmo pode-se corrigir uma função deficiente do organismo. Como exemplos de medicamentos nessa categoria, podemos citar aqueles que combatem infecções ou deficiências vitamínicas, assim como os antibióticos e os anti-hipertensivos.
Medicamentos de prevenção das doenças
Aqui, a ação esperada é evitar a ocorrência de enfermidades. Você sabia, por exemplo, que as vacinas são consideradas medicamentos de prevenção? Soros, complementos vitamínicos e antissépticos são outros produtos que podem integrar a lista.
- Medicamentos que auxiliam no diagnóstico
Trata-se daqueles que contribuem para a identificação de doenças. É possível que, antes de fazer uma radiografia ou tomografia, você já tenha precisado ingerir o chamado “contraste”, substância que auxilia na visibilidade das imagens e facilita o diagnóstico.
Outro exemplo são os medicamentos auxiliares utilizados nos exames oftalmológicos, que também ajudam os especialistas a detectarem condições diversas.
Até aqui, tudo faz sentido de acordo com o senso comum, certo? Mas espere para ver: com a introdução da diferença entre remédio e medicamento, é bem provável que você se surpreenda…
Antes disso, é interessante responder outras perguntas frequentes quando o assunto é o que é medicamento. Tome nota:
O que é medicamento fitoterápico?
Os medicamentos fitoterápicos são aqueles desenvolvidos exclusivamente com matérias-primas vegetais. Reconhecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde), os fitoterápicos podem ser manipulados em farmácias autorizadas pela vigilância sanitária, mas exigem regularização da Anvisa caso sejam industrializados.
Eis um dado interessante: em 2016, o Ministério da Saúde estimou um aumento de 160% na procura por tratamentos à base de plantas no período de 2 anos na rede pública de saúde, o SUS.
A velha crença “se é natural, não faz mal”, no entanto, deve ser revista: como quaisquer outros medicamentos, os fitoterápicos podem causar reações adversas, envolvem riscos, possuem contraindicações e demandam cuidados na sua administração. Fique atento!
O que é medicamento genérico?
Conhecidos por seu valor geralmente mais acessível, os medicamentos genéricos são aqueles que contam com as mesmas características dos chamados medicamentos de referência ou “originais”.
Nessa perspectiva, em relação a esses produtos, os genéricos possuem:
- o mesmo princípio ativo (a substância que gera os efeitos esperados);
- a mesma forma farmacêutica (pomada, creme, comprimidos, xarope);
- a mesma dose de comercialização;
- a mesma via de utilização (oral, sublingual, transdérmica);
- a mesma finalidade de tratamento.
Em termos simples, podemos dizer que os genéricos são cópias autorizadas, que seguem os mesmos padrões de controle de qualidade na sua fabricação. Quando indicados pelo médico ou farmacêutico, podem substituir tranquilamente os medicamentos de referência.
👉 Lembrete Importante:
Conhecendo essas informações, você tem o direito de solicitar a receita em consulta e a compra dos medicamentos genéricos em farmácia, caso deseje. Se quiser optar pela alternativa, não deixe de expressar essa vontade aos profissionais de saúde que o acompanham, certo?
Vale destacar: os genéricos não podem utilizar um nome comercial (marca).
O que é medicamento similar?
Identificado pelo seu nome comercial, o medicamento similar também possui o mesmo princípio ativo de um medicamento de referência registrado na Anvisa. A diferença, aqui, está em fatores como forma e tamanho do produto, rótulo, embalagem e prazo de validade.
Atenção: o medicamento similar só pode substituir o de referência após passar por testes rigorosos que comprovem sua equivalência farmacêutica. Sua indicação fica a critério do profissional de saúde em questão.
Neste link, você pode conferir a lista da Anvisa que reúne os medicamentos similares intercambiáveis – ou seja, que aqueles que passam pelos testes e podem substituir os “originais”.
Qual é a diferença entre remédio e medicamento?
Chegou a hora da verdade! A essa altura, você pode estar se perguntando: “mas remédio e medicamento não são a mesma coisa”? Não, não são!
Vamos lá: o termo “remédio”, na verdade, se refere a um conceito mais amplo que abarca todos os recursos empregados para aliviar ou curar dores, incômodos e doenças. Veja bem: nesse caso, remédio pode ser um chá de ervas, uma compressa fria, uma preparação caseira com plantas medicinais e até mesmo repouso ou terapias alternativas como a acupuntura, certo?
Nesse sentido, a própria psicoterapia (indicada para tratar a ansiedade e transtornos emocionais, por exemplo) pode ser considerada um remédio. É importante ter em mente que nem todos os desconfortos e problemas de saúde exigirão medicação!
Por sua vez, os medicamentos, como vimos, são produtos farmacêuticos submetidos a um rigoroso controle de produção, garantindo o atendimento a normas técnicas de eficácia e segurança.
👉 Em outras palavras, todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento!
Mais uma vez, vale lembrar que o fato de poderem ser naturais ou não-industrializados não exime os riscos dos remédios em geral, ok?
E quanto à diferença entre medicação e medicamento?
Essa é outra dúvida tão comum que costuma “enganar” até mesmo os profissionais de saúde. Na prática, “medicação” tende a ser mais usado como sinônimo (equivocado) de “medicamento” do que “remédio”!
Um erro de uso comum, por exemplo, é falar que o médico ou farmacêutico “prescreveu” a medicação, ou mesmo dizer que uma pessoa tomou a medicação. Aqui, o que foi prescrito e tomado de fato foi o medicamento, ou seja, o produto farmacêutico na forma de cápsulas, comprimidos ou xarope, para citar alguns formatos.
👉 Atenção: medicação é o ato de medicar ou administrar o medicamento, diferenciando-se do medicamento em si.
Uma aplicação correta dos termos em uma frase seria: “o cuidador vai realizar a medicação do idoso às 21hs, administrando o medicamento conforme indicado pelo farmacêutico”.
E aí, tirou suas dúvidas?
Desvendando o universo farmacêutico: o conceito de fármaco
Embora seja mais técnico e pouco utilizado no dia a dia das pessoas leigas, esse termo é muito comum quando discutimos os efeitos e as características dos medicamentos.
Segundo a definição da Anvisa, fármaco é a substância química ativa que tem propriedades farmacológicas com objetivo medicamentoso. Dessa forma, é utilizado para fins de diagnóstico, alívio ou tratamento, beneficiando a pessoa na qual é administrada.
Parece complicado? Explicamos: o fármaco é a principal substância da formulação do medicamento, sendo a responsável por gerar o efeito desejado. Trata-se do composto químico obtido por diferentes processos que integra os produtos farmacêuticos que encontramos nas farmácias, conhecido também como “princípio ativo”.
A partir daí, podemos extrair outra definição em se tratando do que é medicamento – ele nada mais é do que o fármaco nas concentrações ideais, acrescido de outros compostos que o ajudam a atuar da forma certa no nosso organismo.
Para a venda, os produtos são pensados de forma a facilitar não apenas a conservação desses compostos, mas também o uso pelo consumidor final. Interessante, não?
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Agora que você sabe o que é medicamento e as diferenças entre seus termos associados, anote a dica: se você está em busca de facilitar a medicação no dia a dia, faz um tratamento contínuo ou precisa de produtos de farmácia com frequência, a Far.me pode transformar sua rotina.