A gente espera o ano inteiro para tirar as tão sonhadas férias, economiza e faz planos. Viajar é uma parte emocionante da vida. Mas e quando é preciso encaixar o transporte de medicamentos nessa equação?
Se você faz uso contínuo de remédios ou mesmo só leva um simples analgésico por precaução, imagina perder toda uma viagem ao ser barrado por uma autoridade no aeroporto, estando com remédios em situação irregular? Ou pior, passar muito mal durante um passeio, tudo porque não se planejou ou deixou acabar aquele comprimido que você tem que tomar todo dia?
Com isso em mente, vamos te contar todas as dicas e informações para viajar com segurança, tranquilidade e bem-estar.
A seguir, confira as regras de transporte e descubra como organizar seus medicamentos na hora do transporte! 👇
Como e onde armazenar meus remédios em viagens?
Atenção: a primeira precaução é manter os comprimidos nas suas cartelas (blísteres) e os medicamentos líquidos em seus frascos originais. Só assim conseguimos garantir a validade dos medicamentos, a segurança do seu uso e sua eficácia!
Vale lembrar que a indústria farmacêutica faz pesquisas e desenvolve essas embalagens especialmente para proteger os medicamentos. Fora delas, eles estão expostos à luz, a mudanças de temperatura, umidade e contaminação por microrganismos, que podem alterar as moléculas da fórmula. Isso pode fazer com que os fármacos percam seu efeito ou se tornem tóxicos.
🚘Viajando de carro ou ônibus?
Nunca deixe remédios no porta-luvas ou no porta-malas, mesmo dentro da bagagem. Nesses locais, as temperaturas podem se tornar muito altas.
Para medicamentos que devem ser refrigerados, como alguns remédios líquidos ou injetáveis, a recomendação é levá-los em uma bolsa térmica com gelo/gel. Importante: sempre tome cuidado para que o material não entre em contato direto com o medicamento, ok?
✈️ Vai de avião para destinos nacionais ou internacionais?
Nesse caso, os remédios de uso contínuo devem ser levados na bagagem de mão para, se necessário, garantir fácil acesso durante o voo. Os demais medicamentos podem ser levados na cabine, guardados na mala, bolsa ou mochila, assim como acondicionados na bagagem despachada.
Recomendamos, no entanto, que você escolha por mantê-los sempre consigo, minimizando possíveis complicações no caso de extravio de bagagem. Além disso, pode ser muito útil ter os medicamentos ao alcance para situações de desconforto repentino, como enjoo, dor de cabeça ou qualquer mal-estar durante o voo.
É fundamental destacar que, independentemente de estarem na bagagem despachada ou na bagagem de mão, os medicamentos podem ser sujeitos a inspeção pelas autoridades aeroportuárias, o que nos leva ao próximo tópico deste artigo!
Leia também 👉Como organizar remédios: guia prático para não perder uma dose
Como levar líquidos em viagem internacional?
Quando o remédio for em forma líquida ou em spray, o transporte de medicamentos internacional é um pouco mais restrito. Ainda assim, é possível levá-los na bagagem de mão, desde que o conteúdo do frasco tenha até 100 ml.
Vale destacar que eles também devem ser armazenados em embalagem lacrada e transparente. Se esse recipiente tiver mais do que 100 ml, a receita médica também é exigida. Neste caso, o medicamento deverá ser apresentado no momento da inspeção de segurança no aeroporto.
Para evitar qualquer dor de cabeça, aumentando a segurança e prevenindo problemas com as autoridades, a melhor orientação é sempre contar com a receita médica de todos os medicamentos.
Qual a quantidade de medicamentos que posso levar?
Seja prevenido, mas com moderação! Leve a quantidade suficiente para o período da viagem e conte uma semana a mais. Assim, você evita transtornos caso a viagem se prolongue, como em situações de cancelamento ou remarcação de passagens.
Por outro lado, não se exceda e evite correr riscos com os órgãos fiscalizadores.
Tomo remédios de uso contínuo. Posso levar comigo no avião?
Sim, é possível fazer o transporte de medicamentos de uso contínuo durante o voo, mesmo em deslocamentos internacionais. Contudo, a resposta a essa pergunta pode não ser tão simples: alguns fatores devem ser levados em consideração.
A forma (apresentação) do medicamento, por exemplo, é um aspecto a ser levado em conta, especialmente no caso de líquidos, que são sujeitos a restrições mais rígidas em viagens aéreas.
👉 Para quem faz um tratamento medicamentoso contínuo, a orientação é garantir quantidade suficiente para todo o período afastado de casa, preferencialmente na bagagem de mão e mantendo a substância em sua embalagem original (cartela metálica). Como precaução adicional, é recomendável calcular uma reserva extra para eventualidades durante a viagem, como cancelamento de voos.
Também é importante considerar a possibilidade de inspeções nos aeroportos durante a jornada. Portanto, é aconselhável levar sempre a receita médica e, se possível, uma tradução para o inglês. Ter a nota fiscal do medicamento também pode ajudar.
Remédios líquidos ou spray
👉 Em se tratando dos medicamentos em forma líquida ou em spray, o transporte pode ser mais restrito. Nestes casos, na bagagem de mão o volume é limitado a 100 ml, em embalagem transparente, vedada, com capacidade máxima de 1 litro e dimensões não superiores a 20 cm x 20 cm.
Medicamentos sensíveis à temperatura
É importante observar, ainda, que nem sempre as aeronaves irão dispor de serviços de câmara fria. Por isso, medicamentos sensíveis à temperatura devem ser acondicionados em recipientes térmicos.
Agulhas, bombinhas de asma e outros itens
Para transporte de agulhas, seringas (como por exemplo para administração de insulina) e bombinhas, é necessário levar e apresentar as respectivas receitas médicas, além de calcular a quantidade suficiente para o tempo de viagem.
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) orienta consultar a companhia aérea de escolha para verificar as normas do país de destino antes de incluir os itens na bagagem.
🚨 Alerta para viagens internacionais
Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, a Dipirona (analgésico queridinho dos brasileiros) não é vendida, tendo sua comercialização proibida.
É importante se atentar também para outros medicamentos que não exigem receita no Brasil, mas que demandam esse documento no exterior. É o caso dos anti-inflamatórios Ibuprofeno, Nimesulida, Naproxeno e AAS.
E se durante uma viagem internacional eu precisar comprar um medicamento controlado?
Nesse caso, será necessário consultar um médico local, uma vez que a receita brasileira só tem validade no território nacional.
Portanto, verifique se o seu seguro de saúde cobre consultas e procedimentos médicos. É importante lembrar que nem todos os países dispõem de sistemas de saúde públicos acessíveis a estrangeiros ou têm os mesmos medicamentos que são vendidos no Brasil.
Transporte de medicamentos refrigerados: como fazer?
Certos medicamentos são termolábeis, isto é, são sensíveis à variação de temperatura e e devem ser armazenados entre 2 a 8ºC, sob refrigeração. Alguns exemplos são os imunobiológicos e as famosas insulinas.
Para qualquer remédio, é fundamental respeitar as condições de armazenamento, pois só assim podemos garantir que o uso será seguro, que as moléculas não foram alteradas e que ele trará o efeito esperado no organismo..
👉 Por isso, pacientes diabéticos insulinodependentes, que viajarão por mais tempo e precisarão levar uma quantidade superior de frascos (além daquele que está em uso), devem ter uma caixa/bolsa térmica com gelo gel artificial – de no máximo 100 ml por unidade – previamente refrigerado. Além disso, é importante levar um termômetro para o controle da temperatura do fármaco.
Antes da viagem, após verificar a legislação do país de destino, informe-se também com a companhia aérea se há câmara fria no avião para guardar os medicamentos. Se não, questione se a bolsa/caixa térmica contará como bagagem de mão ou bagagem extra, que é sujeita a taxações.
Vale a pena investir em uma caixa térmica para transporte de medicamentos?
Se o tempo de permanência no destino for longo, a caixa térmica pode ser indispensável para armazenar os medicamentos sensíveis ao calor, tais como as insulinas lacradas. Dessa forma, é possível mantê-los utilizáveis e seguros.
A depender da cidade e das atrações turísticas visitadas, a bolsa térmica também pode ser útil e necessária no transporte de medicamentos em geral. Com esse cuidado, você consegue levar os remédios com você o tempo todo e respeitar os horários de administração.
Fica a dica! ✨
Para aproveitar ao máximo suas férias, com tranquilidade e saúde, planeje com antecedência a organização dos medicamentos. Assim, você evita possíveis problemas com as autoridades e não corre o risco de perder dinheiro ao precisar descartar algum medicamento antes do embarque!
Vale ressaltar que a entrada de remédios fica sujeita às leis do país de destino. Por isso, informe-se especificamente sobre os seus remédios com a embaixada, o consulado e/ou a companhia aérea para não ter surpresas na viagem.
👉 Quem também é especialista nesse assunto e pode dar todo o suporte é o Serviço de Atenção à Saúde dos Viajantes, do SUS. O órgão conta com unidades de atendimento em todas as capitais e grandes cidades!
Além dos cuidados com os medicamentos, esse serviço orienta sobre doenças transmissíveis, cuidados com higiene e vacinas pendentes, recomendadas e/ou exigidas. Em alguns casos, pode-se até fazer a vacinação e testes rápidos. Em geral, o atendimento é realizado exclusivamente após agendamento prévio.
E aí, gostou do conteúdo? Esperamos que tenha tirado suas dúvidas sobre o transporte de medicamentos em viagens! Continue a acompanhar o blog e siga a Far.me no Instagram e no Facebook para mais informações relevantes sobre saúde, bem-estar e o universo farmacêutico. Boa viagem e até a próxima! 🙂