Ei, fique atento: os perigos da automedicação são reais e podem gerar sérias complicações para a sua saúde. As informações a seguir sobre a Metformina não substituem o acompanhamento cuidadoso do médico e do farmacêutico no tratamento.
O diabetes é uma condição de saúde conhecida por causar níveis de açúcar (glicose) persistentemente elevados no sangue, sendo muito comum no mundo: cerca de 425 milhões de pessoas convivem com a doença – 1 a cada 11. Vale dizer que há, ainda, uma expectativa de 7% de crescimento desses números até 2045. O Brasil é o 5º país em número de casos, totalizando 19,4 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos.
Aqui, é importante destacar que o correto controle contínuo da enfermidade é essencial, prevenindo complicações e assegurando a qualidade de vida. A conscientização ganha ainda mais relevância devido a um dado alarmante: 1 a cada 2 pessoas com diabetes não sabe que possui a doença.
Nessa perspectiva, entra em cena a Metformina (conhecida pelo famoso nome Glifage), medicamento de primeira escolha para o tratamento do diabetes tipo 2.
Prossiga a leitura e vem esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o assunto! 😉

Metformina: para que serve?
Atendendo às particularidades de cada caso individualmente, a Metformina é indicada para uso efetivo e seguro no diabetes tipo 2, pré-diabetes e diabetes gestacional.
Principais nomes comerciais
Em diferentes dosagens e formas farmacêuticas, a Metformina pode ser encontrada pelos nomes comerciais de: Glifage (referência), Glicefor, Metformed, Formyn, Glityfom, Glygran, Teutoformin, Metta SR, Metglifor XR, Glifage XR, Mytfor, Mytfor LP, Funed Metformina, LFM – Metformina, Glicomet®.
Há ainda, é claro, a versão genérica do medicamento, encontrada nas farmácias como Cloridrato de Metformina (produzida por diferentes laboratórios).
Metformina: mecanismo de ação
A Metformina reduz a produção de açúcar no fígado e torna os nossos órgãos mais sensíveis à ação da insulina, hormônio que ajuda o organismo a utilizar a glicose. Além disso, reduz a absorção do carboidrato no intestino.
Vale destacar: a Metformina não possui efeito direto na secreção de insulina, mas consegue diminuir índices glicêmicos consideravelmente.
👉 Veja também: Como utilizar o seletor de locais para aplicação de insulina?
Tratamento da diabetes: como tomar o medicamento?
Metformina para diabetes tipo 1
Importante: a Metformina não é indicada para o manejo do diabetes tipo 1 – nesse caso, o tratamento é feito exclusivamente com os diferentes tipos de insulina.
De fato, a adição de Metformina já foi estudada em adultos e crianças com a doença, mas a segurança e a eficácia não foram estabelecidas nesses casos: o uso do medicamento não melhorou o controle glicêmico e aumentou os sintomas gastrointestinais adversos.
Metformina para diabetes tipo 2
A Metformina é o principal pilar do tratamento medicamentoso do diabetes tipo 2, sendo o agente de primeira escolha após o diagnóstico.
Deve-se continuar o uso ao longo de toda terapia e, se necessário, associar o medicamento a outros antidiabéticos. A Metformina é recomendada mesmo após o começo da insulinoterapia parcial ou intensiva, salvo contraindicações.
Metformina para diabetes gestacional
Na diabetes gestacional, o tratamento se baseia inicialmente na terapia nutricional e na prática de exercícios físicos, considerando as limitações e particularidades de cada caso.
Quando a mudança de estilo de vida não alcança os valores estimados como meta do controle da glicose, a terapia medicamentosa é feita com insulina.
Apesar dos antidiabéticos em comprimido não serem a primeira escolha para o diabetes gestacional, eles podem servir como coadjuvantes no tratamento quando existe necessidade de altas doses de insulina ou até como único medicamento (no caso de pacientes que não têm acesso ou não se adaptam ao regime insulínico). Nesse contexto, uma vez que a segurança e efetividade da Metformina são semelhantes às da insulina, ela é o agente escolhido.
Pré- diabetes tipo 2
Após o correto diagnóstico (com exames laboratoriais de glicemia de jejum, hemoglobina glicada ou teste oral de tolerância à glicose), são candidatos ao uso de Metformina, caso as intervenções de estilo de vida não melhorem os índices glicêmicos:
- pessoas que tenham IMC ≥35 kg/m 2
- pessoas com idade menor do que 60 anos
- pessoas com histórico de diabetes gestacional anterior, entre outros diagnósticos prévios.
Nesse caso, a Metformina é utilizada para prevenir o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Metformina: efeitos colaterais
Como todo medicamento, a Metformina pode gerar reações adversas em uma parcela de pessoas. No entanto, são em sua maioria leves e podem desaparecer ao longo tratamento.
Os efeitos colaterais mais frequentes são:
- Reações gastrointestinais, como diarreia, flatulência, náusea e vômito, que são muito mais comuns se tratando dos comprimidos de liberação imediata (850mg) em comparação aos de liberação prolongada (500mg);
- Cansaço;
- Dor de cabeça;
- Deficiência de vitamina B12.
Contraindicações: quem não pode tomar?
A Metformina é contraindicada em casos de:
- Alergia (coceira, vermelhidão, inchaço na garganta) à Metformina ou a qualquer componente da formulação;
- Disfunção renal grave;
- Acidose metabólica aguda ou crônica com ou sem coma (incluindo cetoacidose diabética).
Tira-dúvidas: perguntas comuns sobre o medicamento
Metformina abaixa a glicose em quanto tempo?
Com o início do tratamento com Metformina + mudanças no estilo de vida, o primeiro retorno ao médico pode ser agendado após 1 a 3 meses, a depender das condições clínicas e laboratoriais do paciente.
Por quanto tempo posso tomar Metformina?
A diabetes é uma doença crônica, isto é, tem tratamento, mas não cura. Para se proteger das suas possíveis complicações (amputação de membros, cegueira, dores nos nervos, problemas cardiovasculares) é importante que você continue tomando o remédio durante toda a vida conforme a receita médica – e não apenas por um período de tempo ou até a glicemia normalizar.
Mas fique tranquilo(a): a Metformina é um medicamento seguro, usado por muitos pacientes e com resultados amplamente testados.
O que acontece se tomar Metformina em excesso?
Nesses casos não se observou hipoglicemia, embora seja possível ocorrência de acidose láctica, uma emergência médica que deve ser tratada em ambiente hospitalar.
Quando há uso de uma grande quantidade de comprimidos de Metformina, é importante buscar atendimento médico rapidamente e levar a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Para mais orientações, ligue para 0800 722 6001 (Disque-Intoxicação ANVISA).
É verdade que metformina 500mg emagrece?
A metformina atua principalmente reduzindo a produção de glicose pelo fígado e ajudando o corpo a utilizar melhor a insulina. Isso pode levar a uma perda de peso gradual em algumas pessoas com diabetes tipo 2, mas esse efeito é geralmente atribuído à melhoria do controle do açúcar no sangue. Além disso, mesmo essa perda de peso nos pacientes diabéticos é limitada a alguns quilos e ao início do uso.
Quais os riscos de tomar Metformina para emagrecer?
A Metformina NÃO tem indicação para perda de peso e/ou tratamento da obesidade por nenhum órgão de saúde nacional ou internacional. O uso inadvertido de qualquer medicamento sem recomendação e instrução profissionais pode levar à intoxicação e a complicações de saúde.
O medicamento dá sono?
A sonolência não está entre os efeitos colaterais mais comuns da Metformina.
Metformina elimina gordura nas fezes?
Não! O medicamento atua no organismo através de outras vias, não havendo associação com possível gordura nas fezes.
E então, gostou do artigo? Esperamos que tenha tirado suas dúvidas sobre o medicamento e seu importante papel no tratamento de muitos tipos de diabetes! Continue a acompanhar a Far.me aqui no blog, no Instagram e no Facebook para mais conteúdos sobre o universo farmacêutico!
