“Qual o melhor remédio para epilepsia?”, “existem opções naturais?” e “quanto ao remédio para epilepsia infantil, como funciona?”: em se tratando da doença neurológica, essas perguntas são comuns, e não por acaso – o uso de medicamentos tem um papel importante no controle do transtorno e na qualidade de vida dos pacientes.
Nesse contexto, vale a pena destacar que a epilepsia afeta uma parcela significativa da população, abrangendo todas as faixas etárias. Segundo o Citizens United for Research in Epilepsy (CURE Epilepsy), 65 milhões de pessoas sofrem com a condição em todo o mundo, sendo ela a 4ª enfermidade neurológica mais comum.
Aqui, a conscientização é essencial, principalmente porque o diagnóstico e o uso de “medicamentos controlados” são assuntos cercados de estigmas.
No conteúdo de hoje, abordamos as principais dúvidas sobre a epilepsia e seu tratamento, além de reforçar um ponto-chave: se seguidas as orientações médicas e farmacêuticas, os portadores da doença podem levar uma vida normal e com bem-estar.
Vem conferir a leitura!
Entendendo a condição: o que é epilepsia?
Antes de passarmos para o tema dos remédios para epilepsia e o tratamento adequado, é importante nos determos rapidamente nas principais características da enfermidade.
Tome nota:
👉 A epilepsia é uma condição de saúde que envolve o mau funcionamento do cérebro por um determinado período de tempo. Em outras palavras, os neurônios emitem sinais e impulsos elétricos incorretos, gerando as chamadas crises epilépticas.
Vale acrescentar que o transtorno também pode afetar crianças, encaixando-se então na modalidade de epilepsia infantil.
Por sua vez, a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) traz uma definição interessante e didática da doença “na prática”. Aqui, a mesma seria caracterizada por um dos seguintes fatores:
- ao menos duas crises não provocadas (crises reflexas) que ocorrem em um intervalo maior do que 24 horas
- uma crise não provocada (reflexa) e a chance de uma nova crise estimada em pelo menos 60%
- diagnóstico de síndrome epiléptica (transtorno epiléptico caracterizado por sinais e sintomas que ocorrem em conjunto).
Remédio para epilepsia: como funciona o tratamento?
Com o objetivo de reduzir a frequência e a intensidade das crises epilépticas, o tratamento para a enfermidade é realizado principalmente com o uso de medicamentos. No entanto, o médico neurologista também pode prescrever procedimentos de eletroestimulação e até mesmo a cirurgia cerebral, em casos raros.
Neste artigo, nosso foco está mesmo no tratamento medicamentoso, que é o principal caminho terapêutico para a maior parte das pessoas. Afinal, de que forma esses remédios agem no organismo e qual é o seu papel no contexto geral da doença?
Vamos lá: na prática, os medicamentos para epilepsia atuam para evitar as descargas elétricas cerebrais anormais, que são justamente a origem das crises.
Atenção: compreendendo as crises epilépticas
É importante destacar, a essa altura, que as crises epilépticas não se caracterizam apenas pelas convulsões, como muita gente acredita.
Assim como a severidade dessas manifestações variam de pessoa para pessoa, o mesmo acontece para a crise em si: determinados pacientes passarão apenas por um estado de transe, enquanto outros terão as referidas convulsões, com tremores incontroláveis pelo corpo.
Uso de medicamentos é contínuo e de longo prazo
Retomando nosso debate sobre remédio para epilepsia, é preciso ter em mente que se trata de uma enfermidade crônica que demanda um controle de longo prazo, inclusive porque os medicamentos não produzem efeito imediato: sob acompanhamento médico, os fármacos receitados em geral devem ser tomados a cada 8, 12 ou 24 horas de forma contínua.
Não é demais lembrar que ingerir os medicamentos na dose e no horário corretos é um passo imprescindível para o sucesso do tratamento, aumentando a adesão ao mesmo e as chances de controle da doença.
A importância do acompanhamento médico
Fundamental nos momentos do diagnóstico e da prescrição, a consulta médica também é indispensável em outra etapa: o acompanhamento periódico da pessoa em tratamento.
Realizada em uma frequência estipulada pelo especialista responsável, a consulta possibilita que as doses e o número de medicamentos utilizados sejam ajustados conforme à necessidade individual de cada paciente, assim como permite identificar possíveis fatores que possam contribuir para o aumento das crises.
Além disso, o adequado acompanhamento com o neurologista é uma oportunidade de discutir os potenciais efeitos adversos advindos dos remédios anticonvulsivantes e de outras classes. Esses efeitos podem incluir cansaço, problemas de fala, memória, atenção, náuseas e sonolência, entre outros.
Vale ressaltar que essas reações desagradáveis tendem a ser leves, temporárias e a não causarem interferência na rotina do paciente. No entanto, em caso de consequências prejudiciais às atividades diárias, é possível debater a substituição e o ajuste dos medicamentos em uso. Converse com seu médico!
Remédio para epilepsia: nomes mais comuns
Como exemplos de medicamentos muito prescritos para o tratamento da epilepsia (descritos a seguir por princípios ativos), podemos citar:
- Fenobarbital
- Fenitoína
- Clonazepam
- Carbamazepina
- Ácido valproico
- Valproato
- Lamotrigina
- Topiramato
- Gabapentina
- Vigabatrina
- Oxcarbazepina
- Benzodiazepínicos
👉 Fique atento: em caso de suspeita de efeitos adversos, é importante verificar se as reações são mesmo derivadas da medicação. Analise se outros eventos podem estar por trás dos sintomas (como alergias aos medicamentos) e procure o médico se os sinais persistirem para a correta investigação.
Qual o melhor remédio para epilepsia?
Como você pode imaginar, não existe uma resposta única e certa para essa questão. O(s) medicamento(s) prescrito(s) depende(m) do quadro individual da doença e de outros fatores variáveis de paciente para paciente, a exemplo da frequência e da severidade das crises.
A adaptação de cada organismo à medicação contínua também é considerada, com resultados melhores ou menos efetivos que se alteram conforme cada caso. Mais um motivo que ressalta a importância-chave do correto acompanhamento médico!
Afinal, epilepsia tem cura?
Por se tratar de uma condição crônica, é incorreto falar em “cura da epilepsia” ou em “epilepsia curada” – o controle da enfermidade, de fato, é o foco central.
Mais recentemente, entretanto, especialistas da Liga Internacional contra a Epilepsia propõe o termo “epilepsia resolvida”, que pode ser associada aos indivíduos nas seguintes situações:
- pessoas que tiveram a doença relacionada a uma determinada faixa etária e que já ultrapassaram essa idade;
- pessoas que tiveram sua última crise há mais 10 anos e estão há ao menos 5 anos sem o uso de medicamentos antiepilépticos.
Remédio para epilepsia: orientações importantes
Seguir o tratamento contínuo corretamente é mesmo imprescindível: a falta desse cuidado pode levar ao descontrole das crises epilépticas e ao agravamento do estado do paciente.
Por esse motivo, as falhas na rotina de medicamentos devem ser evitadas ao máximo, a exemplo do esquecimento de doses ou da suspensão do remédio para epilepsia sem orientação médica.
Para te ajudar, elencamos alguns pontos importantes para maximizar as chances de sucesso do tratamento. Fique de olho:
- Compareça às consultas periódicas com seu médico (em geral a cada 2 ou 3 meses);
- Tome seus medicamentos exatamente nos horários e nas doses prescritas;
- Esquecimentos devem ser evitados ao máximo, mas, caso aconteça, entre em contato com seu médico ou um farmacêutico para mais orientações. Importante: nunca dobre a próxima dose para compensar a dose esquecida!;
- Priorize a qualidade do seu sono e da alimentação em horários regulares;
- Seja o protagonista do seu próprio tratamento: observe seus sintomas e reações e anote possíveis fatores desencadeantes das crises para conversar com o médico;
- Registre todas as dúvidas sobre o tratamento da epilepsia e a própria doença, assim como possíveis efeitos adversos dos medicamentos. Tudo deve ser compartilhado no consultório!
Esperamos que tenha esclarecido suas dúvidas sobre o tratamento da epilepsia – e o papel valioso dos medicamentos nesse cenário. Conte com a Far.me para facilitar sua rotina de cuidados com a saúde e fique de olho no blog para mais conteúdos relevantes sobre o universo farmacêutico.
Até a próxima!