Na hora de iniciar um novo medicamento, uma das dúvidas mais frequentes diz respeito aos efeitos colaterais que ele pode causar. No caso da fluoxetina, que é um dos antidepressivos mais conhecidos em todo o mundo (sob o nome comercial Prozac ou genéricos como o cloridato de fluoxetina), os questionamentos – e os receios – tendem a aumentar. Afinal, quais os efeitos colaterais da fluoxetina?
A seguir, entenda mais sobre o assunto e confira as respostas para outras perguntas muito comuns em se tratando desse medicamento indicado para depressão (associada ou não à ansiedade), bulimia nervosa, síndrome do pânico e outros transtornos!
Quais são os efeitos colaterais da fluoxetina?
Os efeitos colaterais da fluoxetina – que variam de pessoa para pessoa – tendem a se manifestar no início do tratamento (2 primeiras semanas de uso) e a sumir assim que ele for estabelecido. Os mais comuns são:
- Sonolência ou insônia;
- Dor de cabeça;
- Aumento da ansiedade nas primeiras semanas;
- Náusea;
- Diarreia;
- Fraqueza;
- Cansaço;
- Boca seca;
- Irritabilidade;
- Dor de estômago;
- Agitação e tremores;
- Mudanças no peso;
- Diminuição da libido.
👉 Vale a pena destacar: a fluoxetina é considerada um medicamento bem tolerado, eficaz e seguro se forem seguidas as orientações médicas.
Efeitos colaterais da fluoxetina: reações raras
- Sangramentos que não cessam (inclusive nasal);
- Desmaio ou tontura;
- Pressão ou dor no peito;
- Dificuldade para respirar;
- Ereção dolorosa e duradoura (mesmo fora de relações sexuais).
No caso dessas reações raras, assim como no surgimento de sintomas de alergia ao medicamento (como inchaço na boca, língua ou rosto, manifestações na pele, febre e sensação de garganta fechada), é importante suspender o uso e procurar ajuda médica imediatamente.
Ei, vale lembrar: a não ser que apresente reações severas, não interrompa o tratamento em função dos efeitos colaterais. Nas situações mais graves, o médico responsável pelo acompanhamento pode substituir o remédio ou reduzir a dose em uso!
*Tira-dúvidas: a diferença entre Efeitos Colaterais e Efeitos Adversos
É comum acreditar que efeitos colaterais e adversos são sinônimos! No entanto, a Farmacologia estabelece uma diferença sutil entre as duas coisas. Veja só: efeito colateral é todo efeito não pretendido (que pode ser benéfico ou prejudicial) causado por um medicamento.
Por sua vez, efeito adverso – que é o termo mais preciso e adotado pelos especialistas – é aquele que é prejudicial e indesejável, ocorrendo após uma intervenção ou com o uso de um medicamento. Dessa forma, esse é o termo mais adequado quando falamos de reações ou consequências negativas causadas pelo uso de um remédio ou um procedimento médico.
* Como a expressão “efeito colateral” é mais conhecida pelo público, continuaremos a utilizá-la neste artigo, certo?
Quanto tempo leva para desaparecer os efeitos colaterais da fluoxetina?
Como mencionamos, é comum que os efeitos colaterais da fluoxetina apareçam nas primeiras semanas de uso e sumam logo após esse período de adaptação (cerca de 20 dias).
Depois dessa fase, se os incômodos persistirem e/ou não houver resultados positivos para o tratamento, o médico pode ajustar a dose ou indicar um novo medicamento para substituição.
O que fazer em caso de efeitos colaterais da fluoxetina muito incômodos?
Nesses casos, vale procurar o médico que faz o acompanhamento para dividir o problema e tirar dúvidas. A partir da queixa, o profissional pode avaliar a substituição do medicamento ou fazer ajustes na dose.
Além disso, lembre-se de buscar ajuda médica imediata no caso das reações graves que listamos acima. Sintomas como ataques de pânico, agressividade, depressão, ansiedade, mudanças de humor/comportamento e pensamentos suicidas também devem ser informados ao especialista.
Entenda o mecanismo de ação da fluoxetina
Além de conhecer os efeitos colaterais da fluoxetina, é importante quem faz uso do remédio entenda a forma como ele atua no organismo!
De forma bastante simplificada, funciona assim: ao atuar no cérebro, o medicamento aumenta os níveis de serotonina, um neurotransmissor responsável por regular o bem-estar, o sono, o humor, a concentração e o apetite, dentre outros fatores.
Não por acaso, a fluoxetina é indicada para tratar os transtornos que provocam uma produção desequilibrada desse neurotransmissor!
Vale destacar, de maneira mais técnica, que a fluoxetina é um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina. Esses medicamentos permitem que o neutrotransmissor continue disponível por mais tempo para os neurônios, proporcionando melhoria no bem-estar.
👉 Veja também: Entenda a diferença entre remédio, medicamento, fármaco e medicação
Fluoxetina: para que serve?
Utilizada em comprimidos ou gotas, a fluoxetina é um antidepressivo, mas também é indicada para uma série de outros transtornos de ordem psiquiátrica.
Exemplos importantes de indicações são:
- Depressão;
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
- Bulimia nervosa;
- Disforia;
- Ansiedade;
- Síndrome do pânico;
- Transtorno afetivo bipolar (TAB);
- Estresse pós-traumático;
- Fibromialgia;
- Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) e Tensão pré-menstrual (TPM).
Pode haver indicação de fluoxetina para ansiedade?
Sim, o medicamento promove bons resultados para os quadros de ansiedade. É interessante destacar que, nesse caso, as doses iniciais tendem a ser mais baixas, uma vez que a fluoxetina pode provocar justamente o aumento da ansiedade como efeito adverso no período de adaptação.
Mais um motivo por que o acompanhamento médico é tão imprescindível!
Pode utilizar a fluoxetina como um remédio pontual/em situações de emergência?
Não! A fluoxetina exige receita e é um medicamento de uso contínuo, ou seja, deve ser utilizada por um prazo maior e com o devido acompanhamento médico.
O consumo pontual – em outras palavras, só fazer uso quando sentir uma piora ou incômodo maior – pode inclusive agravar os transtornos.
Fluoxetina: preço médio
Como todo medicamento, os valores variam de acordo com os diferentes nomes comerciais, laboratórios, forma de apresentação (comprimidos ou gotas) e o fato de serem genéricos, similares ou de referência.
Na versão genérica, a média de preço da caixa de medicamentos que têm a fluoxetina como princípio ativo – como o cloridrato de fluoxetina – é de 20 a 30 reais. Os similares ficam na faixa aproximada de R$50, enquanto o medicamento original (de referência, o Prozac) é encontrado com o valor médio de R$120.
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Fluoxetina emagrece?
Na verdade, depende. Como vimos, um dos efeitos colaterais da fluoxetina pode envolver mudanças no peso, e não necessariamente o emagrecimento. Na prática, essas oscilações estão mais relacionadas ao controle da depressão e da ansiedade, que interfere no apetite – e isso varia conforme cada paciente.
ATENÇÃO: a fluoxetina não deve ser receitada ou utilizada com o intuito de emagrecer. Além de perigosa, a prática pode não ser eficiente, uma vez que nem todas pessoas que fazem uso do remédio perdem peso (podem, inclusive, ganhar).
Fluoxetina dá sono?
A sonolência (assim como a insônia) pode, sim, ser um dos efeitos colaterais da fluoxetina. Para minimizar reações como essa, as doses do medicamento tendem a ser mais baixas no início do tratamento.
Fluoxetina engorda?
A resposta está no tópico anterior! A fluoxetina pode (não necessariamente vai) gerar alterações no peso, gerando o ganho ou a perda do apetite. Cada caso é um caso – e pode ser discutido com o médico!
Fluoxetina precisa de receita?
Sim. A fluoxetina é um medicamento controlado, de tarja vermelha, e exige a apresentação e a retenção da receita médica na farmácia no momento da compra.
Como tomar fluoxetina?
As principais recomendações são:
- Administrar por via oral (a fluoxetina pode ser tomada independentemente das refeições);
- Se esquecer uma dose, tomar o medicamento assim que possível;
- Não tomar mais do que a dose de fluoxetina aconselhada para o período de 24 horas.
Vale ressaltar que as doses indicadas variam conforme cada caso e o recomendado pelo médico. No mais, nunca tome decisões por conta própria e siga as orientações do médico e do farmacêutico!
Fluoxetina é tarja preta?
Não. Como vimos, trata-se de um medicamento controlado, que exige receita – mas tem tarja vermelha. A classificação pela coloração indica que o remédio demanda a prescrição assinada por um profissional de saúde para ser comprado. De modo geral, sinaliza a presença de um risco intermediário para o consumidor.
Fluoxetina faz efeito no primeiro dia?
O efeito da fluoxetina atinge seu auge depois de 6 a 8 horas da administração. O medicamento também leva um tempo para ser completamente eliminado do organismo: sua meia-vida é de 4 a 6 dias, enquanto seu metabólito ativo (o produto do metabolismo da substância) tem um período de eliminação que vai de 4 a 16 dias.
No entanto, fique atento: os efeitos de bem-estar e melhoria promovidos pela fluoxetina só se tornam evidentes depois de 2 a 6 semanas, com o uso correto e diário. Então, não se pode dizer que o remédio traz impactos positivos “instantâneos” ou no primeiro dia de uso!
Fluoxetina: pode beber álcool?
Na verdade, a combinação de álcool e fluoxetina é extremamente desaconselhável. Uma vez que as duas substâncias agem no sistema nervoso, o resultado da mistura pode ser potencializar os efeitos de ambas, gerando crises de ansiedade, convulsões, sonolência, alteração da consciência e outras consequências arriscadas. Converse com seu médico ou farmacêutico!
Afinal, pregabalina é fluoxetina?
Não! Ambas atuam no sistema nervoso, mas a pregabalina é indicada para tratar a epilepsia e a dor neuropática. Na prática, trata-se de medicamentos com sinergismo, ou seja, um potencializa o efeito do outro.
O uso simultâneo dos dois remédios não é proibido, mas exige acompanhamento médico para monitorar possíveis efeitos adversos.
E então, gostou do conteúdo? Esperamos que tenha tirado suas dúvidas sobre os efeitos colaterais da fluoxetina e outras informações importantes sobre o uso do medicamento!
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